Em tempos em que a vulnerabilidade social se agrava e os desafios se multiplicam nos territórios, investir na formação dos profissionais que atuam na linha de frente da assistência social é mais do que necessário — é estratégico. Foi com esse espírito que a Prefeitura de Iuiu, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte, promoveu dois dias de oficinas voltadas ao fortalecimento da rede socioassistencial.

Nos dias 25 e 26 de setembro, servidores, conselheiros e técnicos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) participaram de mais uma etapa do Capacita SUAS Iuiú-BA, uma iniciativa que vai além da simples capacitação: busca criar espaços de escuta, troca e construção coletiva do saber.

A primeira oficina, realizada na quinta-feira (25), abordou temas sensíveis e urgentes: como lidar com famílias e indivíduos em situação de violência, violações de direitos e fragilização dos vínculos sociais. Conduzido pela coordenadora Delvagna Guedes e com participação de nomes como Mônica Patrícia Ferreira (Vigilância Socioassistencial), a assistente social Keyla e Viviane Domingues, o encontro foi marcado por reflexões profundas sobre o papel do PAIF (Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família) no contexto local.

Na sexta-feira (26), o tema foi ainda mais provocativo: "Política de Cuidados: Cuidado como Trabalho e Cuidado como Direito". A oficina reuniu não apenas profissionais da assistência social, mas também membros dos conselhos municipais (CMDCA, CMAS, CMDI), representantes do esporte e conselheiros tutelares. A proposta? Discutir o cuidado como um ato político, que deve ser reconhecido, valorizado e protegido — tanto para quem oferece quanto para quem recebe.

Segundo a Secretaria, mais do que eventos pontuais, essas oficinas são parte de um processo contínuo de fortalecimento da rede, que inclui capacitação técnica, valorização dos trabalhadores e escuta ativa das demandas do território.

“Estamos falando de gente que lida com dores invisíveis todos os dias. Por isso, investir em formação é também um gesto de cuidado com quem cuida”, afirmou um dos organizadores.

A gestão municipal reforça que seguirá ampliando as ações formativas, entendendo que uma assistência social forte começa pela valorização dos seus profissionais. Afinal, transformar realidades exige mais do que boa vontade — exige preparo, empatia e política pública que funcione de verdade.

Por Clóvis Junior – MTBE: 7281/BA